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Audiovisual, games, animação e novos mercados de trabalho

Na noite de quarta-feira, 04/10, o Espaço dos Institutos Federais na RIW recebeu uma conversa sobre “Audiovisual, games, animação e novos mercados de trabalho”, mediada pelo professor Felipe Barros, do Campus Engenheiro Paulo de Frontin do IFRJ, e com os convidados Rodrigo Antônio Silva, diretor de Formação e Inovação da Secretaria do Audiovisual, e Zé Brandão, sócio fundador do Copa Studio, uma das maiores empresas de desenhos animados da América Latina, duas vezes indicada ao Emmy Kids Internacional.

Os convidados falaram da realidade e perspectivas em relação ao mercado de audiovisual e aos fomentos públicos à área, além de falarem um pouco sobre suas experiências. Rodrigo Antônio destacou que, para a SAV, um ponto muito importante é entender que têm um papel de ser uma secretaria finalística, que dialoga com o mercado estruturado, que pensa no fortalecimento de uma indústria de audiovisual no Brasil. “Temos dois eixos estruturantes do que a gente desenvolve e com os quais estamos comprometidos: a perspectiva da formação e da difusão. Pensar isso é a gente trabalhar para compreender, fortalecer e fomentar as diferentes formas de pensar e produzir audiovisual no Brasil. Com esse pensamento, a gente consegue olhar desde as perspectivas de mercado, a gente consegue entender a perspectiva de fortalecimento de uma indústria, e a SAV e o Ministério da Cultura têm um papel importante a nível de proposição política. Temos o compromisso de pensar o país desde a perspectiva do potencial da indústria criativa que a gente tem e também dos desafios estruturantes de um país do qual a gente faz parte”, contou. 

Rodrigo também lembrou que o audiovisual forma novos imaginários: “e nesses novos imaginários a gente precisa construir uma experiência de pertencimento. Quando falamos da luta antirracista ou do protagonismo dos novos grupos sociais, não é que essas lutas não estivessem aí. A gente é que passou por um processo de evolução comunicacional. Somos o segundo país que passa mais tempo na internet. Isso não é somente por uma perspectiva de entretenimento, mas também de entendimento que o os movimentos sociais diminuíram essas fronteiras e o processo de identificação com esse outro tem um outro nível de velocidade e, logo, tem outro nível de articulação política mais efetiva. A política do acesso passa pela do afeto e pertencimento”, lembrou.


Público lotou o estande para ouvir sobre o mercado audiovisual, de animação e games

Zé Brandão, cujo estúdio é responsável pela criação de animações como “Irmão do Jorel” e “Acorda, Carlo!”, contou sobre seu primeiro contato com um animador, na escola, e que aquela foi a primeira vez que ele enxergou a ideia de fazer animação como uma possibilidade. “Ver aquele artista desenhando na hora e dizendo ‘É isso que eu faço para viver, eu desenho’ foi algo que mudou a minha vida. E isso só foi possível graças a essa experiência que a escola me proporcionou. Hoje eu tento replicar isso. No meu estúdio também temos ações de irmos às escolas, aos locais de formação. Também oferecemos cursos para essa garotada. O talento não vê classe social, cor, gênero. Está em diferentes esferas. Por isso acho tão importante dar oportunidade para todos. No estúdio temos reserva de vagas para pessoas que queremos ver mais incluídas nesse meio, como mulheres e pessoas não brancas. E hoje tenho orgulho de dizer que no nosso estúdio elas já são uma grande parte da equipe”, disse.

Zé também enfatizou que o fomento público é fundamental no país, pois ainda não há aqui a mesma estrutura e tradição que há em outros países. “As pessoas, quando pensam em animação, não têm o Brasil como a primeira opção que vem à sua mente. Aqui temos grandes artistas e trabalhos incríveis sendo feitos, mas ainda é nos grandes estúdios internacionais que as pessoas pensam. E os artistas daqui acabam terceirizando sua mão de obra e potencial para essas plataformas internacionais. Termos editais e políticas nacionais de fomento é fundamental. Meu primeiro grande trabalho veio a partir de um edital que participei. Se não fosse isso, eu não teria trilhado esse mesmo caminho para estar aqui hoje. É preciso valorizar e incentivar os artistas daqui para que a produção continue”, pontuou.

Ele ainda relacionou o mercado de jogos com o de animação: “É um grande potencial. Nós fizemos um game para o Irmão do Jorel. As pessoas gostam disso e há um mercado aberto para esse tipo de desenvolvimento. Unir a indústria de animação, audiovisual e games é um caminho possível”.

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