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Começa o VI Encontro Nacional da EJA-EPT no Rio de Janeiro

O Colégio Pedro II, na unidade Tijuca 2, abriu as portas para a realização do  VI Encontro Nacional da EJA-EPT (PROEJA) da Rede Federal, com o tema “Esperançar é verbo na EJA-EPT: ampliar e consolidar”.O evento começou ontem, 17 de outubro, e vai até sexta-feira, com a divulgação de um documento final.

O encontro é uma realização do coletivo de servidores articulados em torno da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (EJA-EPT), juntamente com a gestão do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), em parceria com Instituto Federal Fluminense (IFF), Colégio Pedro II (CP2), Secretaria Municipal da Prefeitura do Rio de Janeiro (SME/RJ) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O objetivo, segundo os organizadores é a necessidade de defender, fortalecer e avançar na oferta e permanência, socialmente referenciada, de Educação de Jovens e Adultos articulada à Educação Profissional e Tecnológica (EJA-EPT).

foto da plateia do evento, tirada de cima do palco

Nesse sentido, entende-se que a manutenção dos diálogos e reflexões iniciados em 2018 em Goiânia/GO por meio do I Encontro Nacional da EJA-EPT (PROEJA) da Rede Federal, aprofundados em 2019 em Londrina/PR, e consolidados de modo virtual em 2020 em Maceió/AL, em 2021, reafirmados em Manaus/AM e fortalecidos em 2022 no Rio Grande do Sul são fundamentais para a defesa e o avanço da EJA-EPT na Rede Federal e no Brasil.  

No auditório do Pedro II foi formada a mesa de abertura, que contou com a participação do reitor do IFRJ, Rafael Almada, da reitora do Colégio Pedro II, Ana Paula Giraud, da diretora do IFF, Sayonara da Cruz (representando o reitor Jefferson Manhães), da representante do Fórum EJA Brasil, Adriana Barbosa, dos professores Emanuelle Figueiredo e Vinícius de Carvalho e da aluno do curso de Manutenção e Suporte em Informática do Campus Duque de Caxias do IFRJ, Aline dos Santos.

Foi exatamente Aline a primeira a falar no Encontro, para um auditório lotado. Aos 32 anos, mãe de três filhos, ela disse que foi obrigada a parar de estudar, e com isso, ao longo do tempo, perdeu oportunidades, perdeu a esperança e passou por períodos muito difíceis. "Até que um dia, através de uma amiga, soube do IFRJ. E, desde que eu entrei, as coisas realmente começaram a mudar, a começar pela minha postura diante da vida. Voltei a ter confiança, fé nas pessoas, no trabalho que posso desenvolver. E quero mesmo ser um exemplo para minha família, para meus filhos. Agradeço a todas as pessoas envolvidas nesse projeto lindo que é a EJA, e que já mudou a minha vida vida e a de tanta gente", disse, emocionando a plateia. 

Adriana Barbosa, do Fórum EJA, agradeceu o convite e disse que esse é um momento importante no sentido de se fazer presente, de abrir espaços. "Acredito que nossas perspectivas devam ser emancipadoras, de educação integral, e venho reforçar esse compromisso, a importância. Hoje em dia em nossos movimentos, nacional e aqui no Rio,  entendemos que é preciso ocupar os espaços, pensar o PNE, temos que pensar em articular essa formação integral".
 
Emanuelle Jorge lembrou que essa necessidade de fazer o Encontro no Rio é um sonho antigo, que só foi possível graças a atual gestão do IFRJ e à atuação da professora Alessandra Ciambarella. "Estamos crescendo, ampliando oferta. Hoje temos cinco cursos de educação de jovens e adultos no IFRJ, e ano que vem, abriremos mais dois cursos nos campi em Paracambi e Pinheiral". Vinicius Lima complementou: "É muito bonito ver esse Encontro, que continua a crescer em participação, e temos que levar em conta que depois de anos tenebrosos, que comprometeram nossas atividades e a participação sobretudo de alunos da EJA, estar aqui é um ato de resistência, de quem acredita em dar oportunidades a quem precisa nesse país". 
 
Em seguida, foi a vez de Alessandra Ciambarella. "Costumo dizer que políticas públicas das mais diferentes, só se tornam realidades por vontade, muitas vezes, de quem está à frente de determinados espaços, de uma gestão, por exemplo, e que tenham coragem de assumir isso como uma política publica. Por isso faço um agradecimento muito especial aos dirigentes máximos dessas três instituições, que propiciaram o evento. Ao nosso reitor, em especial, que comprou a nossa ideia. O bom, é que ele acredita e compra nossas ideias".
 
A pró-reitora de Ensino lembrou que esse é um momento em que é preciso refletir, "Mas também de ação, de tirar daqui políticas que sejam efetivamente indutoras para superação dessas desigualdades. Ter aqui três gestores da rede federal, no ano em que a rede faz 15 anos, é assumir um compromisso público de que precisamos de politicas advindas da rede federal, das redes estaduais, para o atendimento a esses jovens e adultos que são marginalizados, e que são o objetivo maior de nossa ação educativa", concluiu sob aplausos.
 
Sayonara da Cruz., encotnro representando o reitor Jefferson Manhaes e o pro reitor de ensino, Carlos Areias, lendo uma mensagem,  disse: "Esse encontro é uma demonstração tangível do nosso profundo compromisso com a educação de jovens e adultos. A EJA EPT desempenha um papel de relevância indiscutível  em nossa missão de democratizar o acesso à educação, e de empoderar as pessoa para enfrentar os desafios da vida".
 
Ana Paula Giraud fez questão de falar sobre a alegria que sentia no momento. "Queria dizer como estou feliz em abrir as portas do Pedro II para que esse evento acontecesse. Estamos aqui para fazer a diferença, e é preciso entender que esses jovens e adultos não tiveram as oportunidades que lhes foram negadas nesse país, para que pudessem ter estudado na idade certa, para que os pais de família pudessem estar preocupados com o futuro de seus filhos. Nós falhamos, e por isso precisamos correr tanto atrás de investimento, de formação, de capacitação e espaços de trocas, e de novas saídas". 
 

foto mostra, em perspectiva, de bauxo para cima, a tradutora de libras e o reitor, falando ao publico. ele veste jaqueta, t shirt e calça jeans

 

Rafael Almada deu as boas-vindas às delegações de vários estados, falou um pouco do Rio de janeiro e da felicidade em poder realizar esse evento.  Lembrou também do início de seu trabalho no instituto e da realidade da EJA. "Quando a gente chegou a EJA tava enfraquecida, querendo fechar, com cursos quase descontinuados. E começamos a criar mecanismos , a fortalecer e fomentar uma discussão e novas ações. Conseguimos o Fórum EJA na nossa Instituição, um importante instrumento de instrução, de fortalecimento, para identificação de pontos de melhoria dessa área de educação de jovens e adultos. Hoje em dia temos já o nosso  5º curso de EJA aberto. Claro que estamos longe de tudo que podemos conseguir, a gente  e a Rede Federal como um todo. Porque isso é um desafio. Esse caminho, essa construção, ela só é possível porque temos pessoas que acreditam, seja o professor em sala de aula, seja o estuante que escolhe a nossa instituição, seja a própria gestão, que acredita nesse movimento  e que se empenha para melhorar nossos indicadores". Por fim,  Rafael fez um agradecimento especial a todos os servidores e servidoras do IFRJ "Que me ajudam diariamente, me cobrando, me pedindo, trabalhando que a gente consiga caminhar nessa melhoria da educação de jovens e adultos". 
 
O segundo evento do dia abordou a EJA-EPT nas instituições da Rede Federal de Educação Profissional no Rio de Janeiro, numa mesa formada por representantes de pró-reitorias: Alessandra Ciambarella (IFRJ), Soraya Cruz (IFF) e Walber de Melo (PEDRO II).

MESA 2

 

Alessandra lembrou que as pró-reitorias de Ensino são os indutores das políticas de Educação desde a qualificação profissional até a pós-graduação nas instituições. "E muitas vezes as cobranças vêm para nós. Afinal, somos os responsáveis, de uma forma direta ou indireta, de tentar potencializar nas nossas unidades de ensino, respeitando as autonomias, a possibilidade de crescimento e desenvolvimento da educação de jovens e adultos".  Ela lembrou que na própria Lei de criação dos Institutos Federais, o objetivo maior é evidente, "Nós damos aulas, nós construímos políticas para jovens e adultos trabalhadores".
 
Soraya leu uma mensagem do pro-reitor do IFF, destacando os desafios atuais. "Me parece claro que, independente das concepções do governo anterior, a meta de elevar para 25% o percentual de matrícula de EJA, articulados à Educação Profissional era insuficiente pois por isso só não garante a ampliação de matrículas". O texto destaca que nos últimos anos foram experimentados no IFF diversas construções articuladas à EJA: oferta de EJA-EPT para estudantes do ensino fundamental, passando pela construção de parcerias com prefeituras e faculdades e parlamentares, a partir de emendas constitucionais; construção de diretrizes, busca ativa e composição de turmas, até a definição de uma plano de desenvolvimento institucional aprovado há tres meses, e da obrigatoriedade da EJA EPT em todos os campi do IFF a partir de 2024.
 
Walber Melo enfatizou o reconhecimento da importância do Colégio PEDRO II e o constante processo de evolução que caracteriza a instituição.  "Temos o orgulho de ter na rede federal todos os segmentos de ensino. Somos grandes em números, em conquistas, mas também somos sensíveis, porque trabalhamos com Educação", por isso que, em especial no segmento da EJA EPT, essa instituição passou por muitos momentos, altos e baixos.
 
O pró-reitor interino de Ensino lembrou do primeiro Encontro EJA, e da surpresa ao ver uma realidade brasileira que indicava a formação de poucos alunos. ""Esses números não geravam desespero, mas uma responsabilidade como gestão. Porque ele é dramático se comparado aos mais de 80 milhões de brasileiros que estão em condições etária e acadêmica para EJA EPT e estão em uma necessidade social de terem as suas vidas transformadas por essa formação que nós pudermos dar a eles. E, desde então, nós construímos um valor valor muito grande para cada um desse encontros que são realizados".
 
Walber ressaltou a relevÂncia do VI Encontro EJA-EPT. "Esse evento congrega gestores e professores do Brasil inteiro. Estamos aqui com um compromisso grande. A  carta que vamos produzir ao seu final vai balizar nossos pequenos e também os grandes passos que daremos em nossas instituições. Primeiramente, colega, precisamos acreditar em nós e naquilo que estamos debatendo e construindo aqui.  
 
Ao finalizar, o pró-reitor falou sobre algumas conclusões que mostram as necessidades de mudança nos cursos. "Na EJA EPT percebemos que a longevidade do curso está diretamente ligada à evasão. Cursos longos podem propiciar a evasãoporque podem em algum momento conflitar com o contexto social, particular, familiar, que leve o aluno a de novo se afastar da escola. e como nosso compromisso é não falhar novamente,  temos o dever de saber o que esta acontecendo com nosso aluno, quem é ele, para conseguir construir condições para que ele permaneça.  

BNADA CP2 NOPALCO

 

O dia ainda teve apresentações artísticas: Banda Trama CP2 e Banda IF in Concert. Além das mesas temáticas com a professora Jaqueline Ventura (UFF), e "As perspectivas políticas da SECADI e SETEC para a EJA-EPT, com Claudia Borges (SECADI) e Carla comerlato (SETEC).  
 

 

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