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I Feira Afrocentrada do NEABI: cultura, ancestralidade e resistência em Duque de Caxias

Duque de Caxias recebeu no dia 13 de setembro a primeira edição da Feira Afrocentrada do NEABI (Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas) do IFRJ. Um evento que movimentou a cidade com música, gastronomia, oficinas, debates e muita representatividade.

Sob a coordenação da professora Viviane Prates e da vice-coordenadora Marcela Tavares, a feira se firmou como um marco no fortalecimento da cultura afro-brasileira e indígena, além de abrir caminhos para o enfrentamento ao racismo estrutural.

Realizada com recursos do Edital de Chamamento Público nº 01/2024 da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura – PNAB (Lei nº 14.399/2022), a programação contou com o apoio do Coletivo NEABI, da Coordenação de Extensão do IFRJ e Gestão do IFRJ CDuC, garantindo acesso gratuito, seguro e participação aberta a toda comunidade.

O público pôde vivenciar experiências diversas. Uma das mais marcantes foi a mesa de conversa “Movimento Negro no Século XXI”, que reuniu Rosália Lemos, trazendo reflexões sobre as “Memórias da Marcha das Mulheres Negras 2015: rumo a 2025”, e o Mestre Jayro Pereira de Jesus – Casa Ubuntu de Germinação e Fertilização MUNTU (Amado Bahia/BA). A mediação ficou por conta da atriz e produtora Paulla Mello, que conduziu com sensibilidade e potência um diálogo sobre conquistas e desafios atuais do movimento negro.

A gastronomia, por sua vez, foi uma verdadeira viagem pela diáspora africana. Do acarajé ao pilau, passando pela cocada e pela tradicional feijoada, cada prato serviu como lembrança viva da resistência, da partilha e da identidade de diferentes povos.

Também houve espaço para o conhecimento e para a arte. A Banca da Escrevivência levou ao público a obra de Conceição Evaristo em diálogo com produções autorais de estudantes da EJA, enquanto os Games Afrocentrados ofereceram uma experiência educativa e divertida com foco na cultura africana e afro-brasileira. Já o projeto Jogos de Matriz Africana no Ensino da Matemática surpreendeu ao apresentar jogos tradicionais, como youte, sishima e tsoro yematatu, associados a práticas pedagógicas inovadoras que unem ancestralidade e sala de aula.

As oficinas deram corpo e movimento à programação: pintura com giz, samba, capoeira e maculelê reuniram dança, teatro, musicalidade e identidade. No palco, a festa seguiu com a Banda Atitude Carioca, celebrando a música afro-brasileira, e a dupla 2BornKings, trazendo os sons da Nigéria. A trilha foi completada pela playlist NEABI no Spotify, que embalou os espaços da feira.

As crianças tiveram atenção especial com o Espaço Afro Kids, que contou com pula-pula, piscina de bolinhas e monitoria, além de uma oficina de capoeira infantil.

Outro diferencial do evento foi o compromisso com a inclusão e a acessibilidade. Rampas, corredores largos, banheiros adaptados e um mapa do espaço facilitaram a circulação de cadeirantes. Intérpretes de Libras estiveram presentes durante palestras e apresentações, e auxiliares ficaram disponíveis para apoio individualizado. Além disso, foi disponibilizado um espaço para que o público pudesse aquecer ou armazenar alimentos próprios, com micro-ondas, geladeira e pia, além de mesas e cadeiras exclusivas — medida que contemplou também pessoas com restrições alimentares. Em sintonia com a consciência ambiental, a feira também distribuiu copos plásticos reutilizáveis para uso nos bebedouros, reduzindo a produção de lixo que seria gerada com copos descartáveis convencionais e reforçando o compromisso do evento com práticas sustentáveis.

Mais do que um evento cultural, a I Feira Afrocentrada, na opinião de seus organizadores, consolidou-se como um espaço de empoderamento, educação e valorização da diversidade.

O encontro reafirma o compromisso do NEABI IFRJ Duque de Caxias com políticas públicas de combate ao racismo e promoção da diversidade cultural, fortalecendo a inclusão e o reconhecimento das identidades afrodescendentes e indígenas em nossa cidade. A realização da feira só foi possível graças ao trabalho coletivo de artistas, participantes, equipe organizadora, além do apoio da Prefeitura Municipal de Duque de Caxias e da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, que, por meio do Fundo de Fomento à Cultura, contribuíram para que este acontecimento histórico se concretizasse, deixando um legado de pertencimento, resistência, celebração cultural e cuidado ambiental.

uma imagem com a logo do movimeto e abaixo uma imagem de pessoas participando das atividades em uma quadra poliesportiva

 

 

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