Campus São Gonçalo debate a presença da mulher na política brasileira

A mesa de debate “Mulheres na Política: desafios e conquistas de direitos”, que aconteceu no dia 18 de março no evento “Mês das Mulheres no IFRJ SG”, discutiu a falta de representatividade feminina política no país, que tem mais de 50% da população composta por mulheres. Participaram da mesa as pesquisadoras Naiara Coelho e Sabrina Lasevitch, além da vereadora de Niterói Verônica Lima.

Segundo a mestranda do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Direito da UFF Sabrina Lasevitch, a perseguição às mulheres que se colocam no espaço público vem desde a Idade Média com a “caça às bruxas” e se perpetua até hoje. “Essas mulheres que queriam ir para o espaço público sofriam de calúnias e difamações. Há também um apagamento histórico”, afirmou ao lembrar do impeachment da presidenta Dilma Rousseff em 2016 e do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco em 2018.

A primeira vereadora negra de Niterói, Verônica Lima, lembrou que somente cerca de 15% dos cargos eleitorais são ocupados por mulheres e que a política machista impõe dificuldades para que elas alcancem seus objetivos. “A Reforma da Previdência, por exemplo, é um ataque direto às mulheres porque elas têm duas ou três jornadas. Estamos vivendo um período histórico de aumento do conservadorismo e precisamos dar atenção aos valores humanos porque todos somos iguais”, disse. Verônica também destacou a necessidade de organização política da população.

De acordo com a também mestranda do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Direito da UFF Naiara Coelho, o Brasil se encontra na posição 155 de 190 países na escala de representatividade feminina na política. “E por que é importante ter mulheres na política? As mulheres são ouvidas, por exemplo, na discussão sobre o aborto?”, questionou aos presentes. Ela ainda citou nomes de mulheres que fizeram a diferença na política como Pagu, Elizabeth Teixeira, Dandara e Luiza Mahin.