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Educação contra o preconceito

“A diversidade sociocultural no Sapê”, projeto de extensão coordenado pela professora Vanessa Moreno, do campus Niterói, tem o intuito de incentivar o pensamento crítico e amenizar estereótipos e preconceitos.

A construção do IFRJ campus Niterói no Sapê despertou interesse na professora Vanessa, que começou a pensar sobre as necessidades dessa comunidade e como um Instituto Federal pode contribuir para a educação e para o acesso à informação. “Acredito que levar um Instituto Federal para a região do Sapê pode contribuir para a formação de jovens e adultos. Levar educação pública e de qualidade para longe dos grandes centros é uma maneira de aproximar as comunidades mais carentes da produção do conhecimento científico e de formação inicial e contínua ”, disse.

O projeto é feito em parceria com o Colégio Estadual Leopoldo Fróes, próximo ao campus Niterói. Os alunos do Ensino Médio são orientados pela professora a investigarem, registrarem e a compartilharem materiais sobre a diversidade da região. Fotos, vídeos e textos serão divulgados on-line e em rodas de conversas pelos alunos. A coordenadora do projeto, junto com 13 colaboradores, visa capacitar esses alunos a utilizarem os materiais produzidos para a difusão da cultura e dos costumes da comunidade do Sapê e adjacências, além de prepará-los para o mercado de trabalho.

Dentro do tema diversidade, o projeto começou com atividades voltadas para a questão da LGBTfobia. Esse assunto ainda é considerado como um “tabu” e, por isso, desperta indignação na professora, que acredita no desenvolvimento de um pensamento crítico nas escolas.  “Abordar a diversidade sociocultural demanda muitas leituras e novos olhares sobre as práticas sociais da população. Acredito que trazer à tona dados estatísticos de preconceitos e violência contra essa comunidade, bem como ouvir estudantes sobre o que eles têm a dizer sobre isso, contribui para a discussão e reflexão crítica sobre esse tema”, destaca a professora.

A primeira atividade promovida pelo projeto no campus Niterói foi uma apresentação feita por alunos bolsistas, chamada de “A diversidade de gênero e sexualidade no Sapê e região: evidências do apagamento da comunidade LGBT+?". A apresentação aconteceu durante a XIX Jornada de Jovens Talentos para a Ciência (FAPERJ), no fim de 2018. Os participantes entrevistaram cerca de 50 alunos entre 13 e 19 anos com perguntas sobre o tema LGBT. De acordo com os resultados finais, todas as pessoas que concordam totalmente com a frase “Prefiro um filho morto a um filho viado” são meninos (23%).

A segunda atividade realizada foi um cine debate, ainda sobre a temática LGBT. De acordo com Vanessa, o filme serviu como uma forma de trabalhar as questões percebidas na pesquisa para a apresentação. Foi exibido o documentário “Young and Gay”, que aborda a difícil realidade de pessoas LGBT+ na Jamaica. Após a exibição, os alunos puderam debater sobre a relação com a realidade no Brasil.

A professora percebeu uma receptividade positiva por parte dos alunos do Colégio Estadual Leopoldo Fróes e do IFRJ campus Niterói. Isso reforçou a sua ideia sobre a importância de não evitar a discussão de temas em defesa do respeito ao próximo. Segundo ela, a decisão pelo tema da pesquisa sobre a comunidade LGTB foi por parte de dois alunos do Ensino Médio, bolsistas do programa Jovens Talentos para a Ciência. Eles também perceberam a necessidade de promover o debate sobre temas polêmicos e, junto com a professora, resolveram que era preciso ouvir o que os outros alunos tinham a dizer sobre isso. Além das ações de pesquisa em conjunto aos alunos e à FAPERJ, o projeto é extensionista. A proposta de extensão é a integração com a comunidade externa ao IFRJ, que também faz parte do público alvo do projeto. O intuito é conhecer melhor a realidade vivida pelos moradores e propor um canal de comunicação para promover o acesso à informação. Para isso, a divulgação dos materiais produzidos pelos alunos é de suma importância para a conscientização da comunidade do Sapê.

Para continuar com as atividades, Vanessa espera que os alunos mantenham o interesse pelos temas relacionados a diversidade. “Agora que o Campus Niterói está ofertando o Ensino Médio Integrado, estou atenta às demandas dos estudantes e, assim, pretendo levar algumas propostas para os meus bolsistas sobre assuntos que são importantes para se trabalhar com os adolescentes: pretendo trabalhar ainda com aspectos da comunidade LGBT+, porém, já identifiquei um interesse em se abordar questões feministas e étnico-raciais também. Então, provavelmente, esses serão os próximos temas abordados”, ela diz.

Colaboração: Suzana Carqueija

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