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FLIDAM 2019: João Cândido, Diásporas Africanas e valorização da cultura negra

A VII edição do Festival Literário Internacional da Diáspora Africana de São João de Meriti (Flidam) tem como tema este ano As Diásporas Africanas, mas o grande homenageado do evento é mesmo o marinheiro João Cândido. O Flidam começou hoje, 21, e segue até o dia 23 na Praça da Matriz.

Uma audiência pública antecedeu a abertura oficial e reuniu autoridades do poder legislativo, executivo e também a sociedade civil. O vereador Audinho Hungria disse que esse é um momento de comemoração, de resgate da cultura negra, e que todas as matérias referentes contam com seu total apoio. Na pauta, a discussão de medidas de valorização da cultura afro através da promoção do resgate da imagem e da importância do marinheiro João Cândido Felisberto, que, através da Lei 8623-2019, de autoria dos deputados André Ceciliano e Waldeck Carneiro, já faz parte do Livro de Heróis e Heroinas do Estado do Rio. O Livro dos Heróis do Estado do Rio de Janeiro se destina à inscrição de pessoas ilustres, mortas há mais de 50 anos, que tenham - por seus atos - contribuído para a defesa, o progresso ou desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro, do Brasil ou da Humanidade. O Livro fica na ALERJ, sendo aberto à visitação.

Edi Lawson ao centro da mesa de abertura

Edy Lawson, diretor de Diversidades e Ações Afirmativas do IFRJ, e que representou o reitor Rafael Almada no Flidam, disse que o Festival é importante pelo resgate histórico e para o cumprimento da legislação, “Mas, é, sobretudo, um momento em que o IFRJ afirma seu posicionamento social na luta anti racista, contra a intolerância religiosa, momento de troca, de reconhecimento da cultura afro brasileira”.

Cerca de 70% dos pontos apresentados pela sociedade civil ao legislativo foram acatados, e após consulta à plenária, uma comissão foi instituida, com primeira reunião de trabalho com o legislativo municipal já agendada já para a próxima semana às 14h. Serão atendidas pelo legislativo a maioria das demandas, entre elas destacamos algumas, são elas:

Criação de Projeto de Lei, tornando João Cândido Herói Municipal, apresentando no mesmo projeto, o seguinte conteúdo: colocar no calendário oficial do Município, na semana que contém o 22 de Novembro, a Semana João Cândido de Direitos Humanos (fortalecendo a Lei 936/97, que cria Semana de Conscientização da Sociedade Sobre o Negro);

Colocação de Placas de Homenagem na residência onde morou João Cândido;

Criar o Corredor Cultural Marinheiro João Cândido, ao longo da Rua da Matriz, entre as Ruas Expedicionários e Francisca Dantas, com atividades e programações que valorizem a memória de João Cândido e da cultura negra.

Renomear a Praça onde está o Busto de João Cândido, na Praça da Bandeira de Praça João Cândido

Silvia de Mendonça, assessora da Superintendência de Promoção da igualdade Racial da Secretaria de Cultura de São João de Meriti, diz que o Flidam exerce uma força aglutinadora cultural ao promover o acesso à leitura, à produção cultural, “Faz com que a população se aproprie e se empodere das suas produções, desenvolva seus talentos e projetos sociais, educacionais e culturais, contribuindo dessa forma para o crescimento da cidade”. De acordo com Silvia, o Festival  de 2019, que alia a questão da discussão das Diásporas Africanas com o reconhecimento da lição de vida e de luta do  marinheiro João Cândido, que morou e morreu em São João, é um fator importante que  resgata a historia da população negra na região.

cartaz flidam com joao candido

DIÁSPORAS

A mesa internacional de abertura que este ano contou com o Consul Geral de Cabo Verde, Fezinha da Pastoral de Combate ao Racismo da Igreja Metodista, MNU e Tatá Luazemi de Nova Iguaçu, Frei Tatá, Mãe Lúcia de Oxum, que discutiram a intolerância religiosa.

Rodney Albuquerque, um dos idealizadores e maiores incentivadores do Flidam, destaca a importância de se falar das Diásporas Africanas, que envolvem questões atemporais, no sentido de que a valorização da cultura negra ainda passa por dificuldades.  “Sim, vamos abordar a diáspora do norte da Africa, que é contemporânea e envolve a questão do flagelo no mar mediterrâneo; a diáspora  do oeste africano, que remete aos séculos de escravidão nas Américas; e, por fim, a diáspora referente ao tempo do antigo Egito”.

plateia do evento sentada nas cadeiras

Mas, Rodney lembra que, a despeito de toda a relevância e abrangência do Festival, as principais lideranças da cidade de São João de Meriti se reuniram e  foi definido que João Cândido seria o grande homenageado desta edição do Festival. Além de toda a importância histórica, o marinheiro viveu na cidade e  morou próximo ao local onde hoje existe o campus do IFRJ.

O FLIDAM traz: Exposições, oficinas, música e dança estão entre as atrações, todas gratuitas, de 21 a 23 de novembro. As atividades serão na Praça da Matriz, no Centro de Meriti, ao longo de todo o dia: das 8h às 20h. 

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