I Encontro Feira de Agroecologia do Médio Paraíba do Sul
O “I Encontro Feira de Agroecologia do Médio Paraíba do Sul” reuniu uma programação diversa para apresentar o potencial da agroecologia na região. Intervenções artísticas, produtos culinários, artesanato e a oferta de produtos saudáveis e livres de agrotóxicos marcaram presença no evento, que aconteceu no dia 8 de dezembro, em Volta Redonda. A programação cultural contou com uma apresentação mística com o coletivo Flor de Maio – Humanizar, o Samba da Democracia; e a exibição de Maracatu com o grupo Pedra Sonora.
O evento é culminância de um trabalho que teve a liderança do Núcleo de Estudos e Atuação em Agroecologia (NEAA) do campus Pinheiral. Em 2017, o núcleo liderou um trabalho de levantamento das principais experiências agroecológicas da região. Neste trabalho, o grupo expôs a importância de uma articulação agroecológica regional com o objetivo de fortalecer os trabalhos em busca de apoio, financiamento e intervenções em políticas públicas. O projeto cunhado como “cartografia social” mapeou 150 experiências. Para o coordenador do núcleo, o professor Marcelo Souza, tais experiências eram invisíveis: “E a gente começou a trazer luz a elas ao criar a articulação de agroecologia do médio Paraíba do Sul”, disse.
A proposta do Encontro Feira é itinerante e, em 2019, o evento estará presente em cidades como Barra Mansa, Resende e Barra do Piraí. Além disso, o projeto pretende expandir a programação para dois dias, com a realização de seminários e discussões diversas sobre agroecologia. Para o professor Marcelo, a proposta cria oportunidades para que agricultores possam trocar experiências. “Tudo isso para que façam da agroecologia uma alternativa de vida e de renda de trabalho. A agroecologia também é um modo de vida mais saudável, é viver de forma mais cooperativa, viver de forma mais pacífica”, avaliou.
Estudantes da pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Sustentabilidade do campus Pinheiral também estiveram envolvidos na iniciativa. O agricultor e estudante da pós, Rômulo Arruda, foi o coordenador do evento. Ele também é representante da Associação de Agricultores Biológicos (ABIO). O discente destacou a importância de trazer a pauta da agroecologia para uma cidade representada pelo aço e complementou: “Agroecologia é muito mais do que o manejo de solo e manejo de água. São as características sociais”.
Já a chefe de gabinete da Secretaria de Planejamento, Transparência e Modernização da Gestão de Volta Redonda e estudante da pós-graduação, Bárbara Cunha, representou uma ponte entre o IFRJ e a prefeitura. Bárbara, que também esteve na organização evento, declarou que o Encontro Feira tem o propósito de deixar um legado à cidade, pois a equipe de organização e discussão do evento está em processo de desenvolvimento de uma política municipal de agricultura urbana. Bárbara avalia que o campus Pinheiral tem o papel de pautar discussões como a de agroecologia que, em muitas vezes, não está em agendas tradicionais de governos. “A agroecologia é um tema super sustentável que gera qualidade de vida, saúde, renda e a gente tem que ampliar isso, extrapolar os muros da academia”, avaliou a estudante.
A pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Sustentabilidade esteve representada na organização do evento, também, pela estudante Michele Silveira e pelo professor Marcelo Souza. E, na data do Encontro Feira, contribuíram para a iniciativa as estudantes Mara Alexandre e Aline Alice. Destaca-se, ainda, a participação dos bolsistas do NEAA do campus Pinheiral, a engenheira florestal Cristiane Roppa e do engenheiro agrônomo Francis Alex Nunes. O engenheiro agrônomo Alexandre de Donato também esteve envolvido.
A organização do I Encontro Feira de Agroecologia do Médio Paraíba do Sul contou com a participação da Articulação de Agroecologia do Médio Paraíba do Sul (AAMPS), da Articulação Nacional de Agroecologia, da Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro, do campus Pinheiral do Instituto Federal do Rio de Janeiro e da Prefeitura Municipal de Volta Redonda.