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Pint Of Science levou ciência para fora das fronteiras acadêmicas em Nilópolis

Considerado um dos mais importantes festivais de ciências em todo o mundo, o Pint of Science aconteceu neste ano nos dias 17, 18 e 19 de maio tendo como anfitrião o Campus Nilópolis do IFRJ. Normalmente realizado de forma presencial em cada cidade participante, em 2021 ocorreu de forma online, em função da pandemia da covid-19.

A professora Andressa Menezes de Souza, coordenadora do evento na cidade de Nilópolis, contou que o Pint of Science é um festival internacional de divulgação científica que acontece desde 2013 em cidades do mundo inteiro. Começou na Inglaterra, chegou ao Brasil em 2015 e Nilópolis começou a entrar no festival em 2019. “Primeiro tive que mostrar para a coordenação nacional que tínhamos universidades e instituições que fazem ciência na Baixada. Em 2019, viemos com um bar dentro do Pint of Science RJ. Nos três dias de evento, tivemos 386 pessoas lotando um bar afastado em Olinda, bairro de Nilópolis. Com estes resultados, viemos independentes em 2020. Mas com a pandemia, várias cidades dos estados do RJ e ES resolveram fazer o Pint Juntos. Só viemos independentes mesmo este ano”, explicou.

Ainda de acordo com Andressa, realizar um evento como esse no IFRJ é importante por diversos motivos, entre eles, mostrar o potencial de um Instituto Federal. “Os IFs são instituições jovens que nasceram com um estigma de serem inferiores às UFs em qualificação de seu quadro. Ao avaliar a lista de convidados do nosso bar em 2019, momento no qual viemos como cidade satélite da cidade do RJ, a coordenadora regional me perguntou se eu havia escolhido convidar cientistas de fora do IF para dar mais visibilidade. Ela se surpreendeu positivamente quando soube que aqueles currículos de peso eram de nossos professores do campus e de uma cientista do INCA, mas nascida e criada em Nilópolis”, contou a professora, que destacou mais um motivo de importância na realização do evento no Instituto: o sentimento de reconhecimento e orgulho que o aluno que estuda e mora na Baixada fica de sua cidade natal e de seu campus. “É mostrar que, além do que já é visto nas manchetes dos jornais, a Baixada produz ciência e muita ciência de qualidade. Vincular Baixada e ciência de qualidade faz nossos alunos acreditarem em si mesmos e que não precisam ir para a cidade do Rio de Janeiro para serem cientistas e serem reconhecidos”, enfatizou.

A docente também destacou a participação e o acolhimento da comunidade interna como um ponto positivo do evento. “Foi sensacional. Desde o primeiro bar até nosso evento online, o envolvimento de alunos e professores dos mais diversos cursos nos mostrou a grande face de nossa verticalidade: todos participando, ora como convidados, ora como comissão organizadora. Tivemos ex-alunos, alunos, professores do campus, professores de outros campi na comissão organizadora trabalhando pelo IFRJ, independentemente de campus ou área de atuação”, disse Andressa.

A professora Luisa Luz Marçal, docente do IFRJ campus Nilópolis e coordenadora de pesquisa e inovação do campus, participou da comissão organizadora do Pint of Science, a convite da professora Andressa Menezes. Ela descreveu a experiência como “incrivelmente maravilhosa”: “Claro, deu muito trabalho estar a frente da organização de um evento como este, mas a Andressa conduziu brilhantemente e coordenou muito bem a comissão, de forma que adorei participar como fã do evento, que sempre fui, mas desta vez como parte da comissão organizadora. Estou muito feliz e honrada com essa participação”, agradeceu.

Além de participar da organização, Luisa e alguns alunos seus orientandos, do projeto CIENTUD COM SOFIA, participaram do apoio ao evento. “No momento ao vivo, os alunos se dividiram nas salas individuais e auxiliaram o mediador a conduzir as perguntas e as interações com o público inscrito no evento. Além disso, alguns alunos ficaram interagindo no chat das transmissões ao vivo, respondendo questionamentos, estimulando as conversas e trocas virtuais, estimulando o público a participar com a geração de perguntas e preenchimento de formulários para sorteio, dentre outras trocas pertinentes ao evento”, explicou a professora, que afirmou que, por ser uma forma adaptada para o remoto de um evento que deveria acontecer em um bar, essa interação foi fundamental para fazer com que todos pudessem ter, de fato, se sentido parte do evento.

Jefferson Alves foi um dos alunos do projeto que atuou no evento. Ele afirmou que a sua participação no evento lhe permitiu ter uma visão diferente de vários temas. “Por exemplo, o professor Alexandre Pimentel, em uma das suas falas, trouxe uma abordagem diferente para o problema ambiental. Ele mostrou que, em muitas vezes, devido à ideia amplamente difundida de que tudo pode ser reproduzido, a população - que infelizmente, não tem muito acesso à educação ambiental - acaba negligenciando os problemas ambientais, porque vê o meio ambiente como algo que também pode ser ‘reproduzido’, o que não é verdade”, contou o discente, que ainda destacou que ver a trajetória de vários professores motivou-o bastante: “Porque a gente acaba identificando histórias de superação e isso é algo que me faz não desistir, porque se outros conseguiram, mesmo com dificuldades, eu também posso e consigo”, enfatizou.


Marcos Louzada participou do terceiro dia de evento

O professor do Campus Nilópolis Marco Aurelio Louzada foi um dos convidados para debater no terceiro dia do evento. Ele, que tratou sobre a avaliação de impacto ambiental e recuperação de áreas degradadas no rodízio sobre Regeneração Ambiental, lembrou que sendo um evento que se originou em bares, ambiente totalmente diferente do tradicional meio acadêmico, o Pint Of Science é algo ímpar. “Tem grande potencial para atração de público e troca de ideias. Desta vez foi muito diferente, mas não menos interessante. A organização superou muitos desafios. Ser remoto permitiu unir pessoas que na antiga rotina dificilmente veríamos falando juntas”, enfatizou.

Marco Aurélio ainda contou um pouco sobre como foi a troca na mesa em que participou, destacando que uma das principais questões foi sobre o que mudou em Nilópolis nos últimos 20 anos em relação ao tema meio ambiente. “Muita gente, mesmo moradores, desconhecem que o Parque Natural Municipal do Gericinó já possui seu Plano de Manejo, onde constam as informações básicas sobre esse espaço tão importante para o município e as regras de uso de suas diferentes zonas. Além disso, existe a Secretaria de Meio Ambiente, guardas ambientais concursados e o Conselho Municipal de Meio Ambiente, onde também há lugar para a sociedade participar. São diferenciais importantes e que muita gente desconhece”, explicou o professor, que ainda disse que existe um acordo de cooperação técnica entre o IFRJ e o município para o desenvolvimento de ações de pesquisa e extensão. “Também foi destacado que no Parque há fragmentos de Mata Atlântica e diversos ecossistemas deste grande ecossistema tão ameaçado. Temos pesquisas para conhecer melhor o que há lá e auxiliar na gestão e na recuperação ambiental dos ecossistemas”, detalhou. 

Louzada afirmou que o evento atendeu suas expectativas, pois a equipe que o coordenou foi criativa e muito animada. E disse acreditar que a imagem do IFRJ se fortalece com esse tipo de evento: “Há divulgação de ações pouco conhecidas pelo público não acadêmico. E quem sabe isso estimula mais colegas servidores a direcionarem ações de pesquisa e extensão para o parque e para o município. Aqui fica evidente que não somos uma instituição que faz apenas ensino de qualidade, mas que investe nos pilares de nossa atuação”, finalizou.

A partir das experiências apresentadas e dos diálogos construídos no evento, Andressa também comentou os resultados que serão trazidos para a realidade do IFRJ e da comunidade. “O Pint of Science é um evento que vê e enfatiza a ciência na sociedade. Embora seja um festival que celebra as ciências e não necessariamente foque em comunicar com público de não cientistas, ele é um grande passo para ampliar a visão da área de atuação de projetos extensionistas. É um olhar que prioriza uma visão de comunicação pública de ciência mais ligada ao cotidiano, ao dia-a-dia das pessoas. Uma extensão que não espera as pessoas se deslocarem de seu caminho para se conectar, mas sim vai até onde as pessoas estão. Movimentos em todos os sentidos são necessários: tanto chamando as pessoas, quanto indo até onde elas estão”, afirmou a docente. 

Relato de experiência - Como consequência do evento, os organizadores do mesmo e os integrantes do projeto Cientud com SOFIA, que foram fundamentais para a realização Pint Of Science, foram convidados para publicar um relato de experiência em uma revista da UFRRJ. “Um relato que mostrará nossa verticalidade com autores que são alunos, ex-alunos, professores e doutores. Também recebi convite do conselho de Turismo que age na prefeitura de Nilópolis para participar das reuniões como representante do IFRJ - campus Nilópolis”, contou Andressa.

O Projeto CIENTUD com SOFIA é um projeto de divulgação de ciência em uma página do Instagram (@cientud.sofia) que visa levar a ciência por trás das curiosidades do dia a dia, dos assuntos e das polêmicas atuais, levar história e informações úteis e pertinentes através de produções acadêmicas baseadas em conteúdos e fontes científicas, porém com metodologia didática e lúdica, a fim de aproximar um público diverso da ciência e do hábito do questionamento, de quebrar as barreiras dos "termos científicos complicados" mostrando que todo mundo pode e deve se interessar por ciência, entender a ciência e defender a ciência. “Principalmente em momentos de crise, como o atual cenário de pandemia da covid -19, onde a ciência é inegavelmente indispensável e essencial - mas infelizmente ainda tem muita gente que nega, desconfia, ou simplesmente se desinteressa - o papel do CIENTUD se destaca, pois é justamente a ideia de aproximar a ciência de todos, despertar o interesse nos assuntos sobre ciência, desmistificar as informações falsas e mostrar que existe ciência em tudo que vemos e vivemos”, explicou Luisa Marçal, coordenadora do projeto.

Ainda de acordo com a coordenadora, participar do Pint of Science tendo no apoio o CIENTUD com SOFIA foi uma oportunidade incrível de aumentar a visibilidade do projeto e de estar perto e contribuir para um evento que tem a linha de dinâmica muito parecida com o que o CIENTUD acredita: “Ciência é para todos, para dentro e fora da academia! A Ciência é essencial e não precisa ser distante, pelo contrário, está mais perto do que imaginamos, como em uma mesa de bar, ou dentro das nossas casas”, finalizou Luisa.

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