Tecnologia portátil para controle e acompanhamento de Covid-19

Professores e pesquisadores do Campus Nilópolis, em parceria com outros campi do IFRJ e institutos, estão desenvolvendo um sistema portátil de baixo custo que busca realizar a verificação de sinais vitais de pessoas, especialmente de zonas periféricas. O projeto está em fase de testes e a expectativa é a de que seja implementado o quanto antes.

A ação é resultado de uma seleção do Edital interno do campus e que, posteriormente, foi aprovada pelo Edital n°01/2020, destinado a projetos de combate à Covid-19, do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (CONIF).

 O projeto consiste no desenvolvimento de um sistema portátil que agentes comunitários de saúde vão levar em locais de vulnerabilidade socioeconômica e com baixo índice de desenvolvimento humano. Serão enviadas para um banco de dados informações como: temperatura da pessoa, o nível de batimento cardíaco e o nível de saturação de oxigênio no sangue, dados importantes para a detecção inicial da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS).

 Além disso, o sistema também possui geolocalização, o que permite um acompanhamento geográfico de possíveis casos de Covid-19. É o que explica o professor da Licenciatura em Física, Artur Vilar. “Uma coisa muito importante do sistema é que ele vai possuir dados de geolocalização, ou seja, através do GPS do aparato desenvolvido, conseguimos fazer o mapeamento da expansão da pandemia nas comunidades, que normalmente não tem CEP formal. Os dados fornecidos vão compor um banco e essas informações serão enviadas para os gestores do Sistema Único de Saúde (SUS)”, explicou.

 Artur ressaltou, também, que o sistema portátil não vai ser útil apenas para controle do novo coronavírus. “É importante falar que esse projeto não vai servir apenas para casos de Covid-19. Ele vai servir para o monitoramento de qualquer doença que gere a SARS, como por exemplo, a pneumonia, casos de bronquiolite, asma e, em último caso, tuberculose”, disse.

 O professor da Licenciatura em Física e coordenador do projeto, Filipe dos Santos, comemorou o desenvolvimento da ação. “A consolidação desse projeto é um motivo de muita alegria. É muito bom utilizar nossas expertises para tentar dar uma resposta à sociedade. Os professores Artur Vilar, Daniel Pires e Genildo Nonato são os profissionais do campus que estão diretamente relacionados à construção desse projeto”, comentou.

 Também são autoras do projeto as docentes Ana Carolina Carvalho, Juliana Ribeiro (do Campus Realengo), Nilmara Guimarães (do Campus Volta Redonda) e Luiz Felipe Oliveira (do Campus Niterói). Já os  colaboradores do projeto são os professores Elton Flach e Ana Carla dos Santos, do Campus Nilópolis; o IFRJ Campus Volta Redonda, Campus Pinheiral e Campus Rio de Janeiro; professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) e um membro do Instituto Nacional de Cardiologia. 

 Para a diretora de Ensino de Graduação e Pós-graduação, Fabiana Almeida, a ação ultrapassa os muros do IFRJ e busca soluções para ajudar a comunidade como um todo. "Esse projeto me deixa extremamente orgulhosa, porque eu entendo que é mais uma ação da nossa instituição que vem para ajudar a população nesse momento difícil de pandemia. É um projeto que tem um viés social muito grande e importante, fundamental para esse momento", disse.

 O diretor geral do Campus Nilópolis, Thiago Matos Pinto, ressaltou o papel do campus em tempos de pandemia. ”O momento atual é um período que a gente precisa que as pessoas consigam unir o melhor que elas têm dentro delas, o melhor que elas aprenderam ao longo da vida em prol da ajuda ao próximo, e isso é o importante nesse projeto, esse é o orgulho desse projeto. Por isso esse grupo de professores foi contemplado: porque o trabalho deles é um trabalho humano, acima de tudo”, afirmou.

Colaboração: Raissa Amaral