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Tião do Gramacho apresenta história de vida e comove discentes

O campus Duque de Caxias ganhou uma aula de humanidade. O palestrante Sebastião Carlos dos Santos, que ficou conhecido como Tião do Gramacho, de 39 anos, compareceu ao campus no dia 23 de outubro para conversar com a comunidade interna sobre a sua trajetória de vida, o livro que lançou e ações e políticas de conscientização ambiental.

Tião contou que foi do lixão ao Oscar para o público presente no auditório: ele participou do documentário “Lixo Extraordinário”, que foi indicado a este prêmio em 2011. A vida de Tião mudou em 1985, quando seu pai ficou desempregado e com desgosto de viver. Assim, a mãe “virou pai e mãe”, trabalhando com faxina para sustentar a casa. No entanto, sua mãe também foi despedida e eles foram parar no lixão de Jardim Gramacho, onde ele trabalhou dos 11 aos 30 anos de idade.

Atualmente, Tião é consultor na área de resíduos na sua empresa, 3R’s Consultoria Ambiental e fala sobre sonhos, como isso mudou a sua vida e o quão é importante acreditar neste fator. “É preciso que a pessoa tenha um sonho na vida. Do mais simples até o maior. Tudo que a gente toca e vê na vida, é sonho. O que eu levo é a realização de um sonho. É preciso refletir e criar o autoconhecimento de quem é você. A minha vida mudou graças a este pensamento”, afirmou.

Sétimo filho de uma família pernambucana de oito irmãos, ele comentou que é preciso educar o cidadão. “É uma questão mundial o equilíbrio da sustentabilidade e o desafio do desenvolvimento sustentável. Se você quer um cidadão consciente ambiental e socialmente, você precisa informar para educar e, assim, ele desenvolverá uma consciência sobre o assunto”, disse.

Além de abordar essa temática na palestra, Tião associa a felicidade profissional com o papel desempenhado dentro dela, não visando apenas a parte financeira. “Ganhar dinheiro é importante, mas existe um fator na vida que é ser feliz, fazer o que ama e gosta, que vale mais. Os jovens são estimulados mais a buscar estabilidade do que realização pessoal. O mundo forma profissionais focados no ganho e esquece do papel social, de ser útil”, apontou.

Presente na palestra de Tião, Karine Peixoto, discente do 3º período do curso Técnico em Química do campus Duque de Caxias, citou a importância de entender o papel do catador na sociedade. “Algo muito importante que o Tião falou e guardei para mim foi ‘não catamos lixo, catamos material reciclável’; e são eles que fazem a maior parte do trabalho e recebem menos, comparando com o que as empresas, que compram o material deles, recebem. Aprendi que os catadores são trabalhadores, e não pessoas que catam para ganhar alguns ‘trocados’ para comprar drogas depois”, afirma.

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