Logo IFRJ

Utilização de insetos na alimentação humana é tema de pesquisa no campus Pinheiral

O Laboratório de Entomologia Aplicada (LEA) do Campus Pinheiral conduz um projeto que pesquisa a introdução da farinha do inseto “Tenebrio molitor” na receita de muffins (bolinhos) de banana. O trabalho teve início em março de 2019 com o beneficiamento dos tenébrios para produção da farinha e a seleção das receitas a serem testadas. A ação faz parte de uma série de estudos com insetos comestíveis que teve início em 2016. O laboratório já testou o uso de farinha de insetos em brigadeiros, salgadinhos de festa e o preparo de petiscos com insetos inteiros desidratados e temperados. Sobre a pesquisa de muffins de banana, a proposta é o estudo de uma receita mais rica em proteínas e fibras e com menos concentração de carboidratos.

A pesquisa tem o apoio da Associação Brasileira de Criadores de Insetos (ASBRACI) e estuda quatro diferentes receitas de muffins, substituindo porções da farinha de aveia pela farinha de tenébrios. O estudo contempla análises microbiológicas, de composição nutricional e sensorial para que se possa avaliar a aceitação do público e a possibilidade de utilização da farinha de tenébrios nesse tipo de produto.

A utilização de insetos na alimentação humana, prática conhecida como antropoentomofagia, é realidade em diversos países e apresenta resultados econômicos e ecológicos positivos. A produção de insetos ocupa uma área menor, consome menos água e emite menos gases em comparação à criação dos animais usualmente destinados ao consumo humano.

Sobre o consumo de insetos na alimentação humana, a professora e pesquisadora do projeto Élida da Conceição Jorge avaliou: “No processo produtivo há uma ótima taxa de conversão alimentar e os insetos oferecem alto teor de proteínas, fibras, ácidos graxos e micronutrientes importantes para o nosso organismo”.

No entanto, apesar de suas vantagens, um grande entrave ao consumo de insetos no Brasil é o aspecto cultural. “Esses animais não fazem parte da nossa tradição alimentar e, de modo geral, provocam reações de repulsa na maioria das pessoas por estarem associados a coisas sujas e contaminadas”, analisou a professora Cristiane Melo Silva Oliveira, também integrante da equipe de pesquisa.

Com esse projeto, os alunos têm a oportunidade de atuar em uma área da Entomologia que, segundo a professora e pesquisadora do projeto Shaiene Moreno Gouvêa, se encontra em crescimento: o estudo de insetos comestíveis. “Já se observa isso há alguns anos em países da Europa e recentemente também no Brasil, com a criação de linhas de pesquisa em universidades e institutos federais. Até mesmo a recorrência de programas de televisão divulgando a Entomofagia com receitas gourmet reforça esse crescimento”, analisou.

Alunos estagiários e bolsistas do LEA estão envolvidos nesse projeto desde a criação dos insetos até a elaboração e teste dos produtos. Participam deste projeto estudantes dos cursos técnicos em Agropecuária e em Meio Ambiente, sendo eles: Ana Karen Medeiros; Thamires Eloi; Ana Alice Basílio; David Lima; Maria Fernanda da Silva; Rafaela Tinoco; Talysson Araújo; Ana Luiza Lima; Bianca Rocha; Fábio Rodrigues e Heduarda Santos.

Além dos professores já citados, o projeto conta com a participação do professor Marcos Fábio de Lima e o apoio do técnico em Agropecuária Almir Ferreira.

Atualmente, o LEA pesquisa, também, o desenvolvimento de rações mais eficientes para a criação de insetos comestíveis em laboratório.

Colaboração: Greici Sousa

ACESSO À INFORMAÇÃO

INSTITUCIONAL

REITORIA

CURSOS

PROCESSO SELETIVO / CONCURSO

EDITAIS

ACADÊMICO

PESQUISA & INOVAÇÃO

CAMPI

CENTRAL DE CONTEÚDOS